Boas práticas de manipulação, condições higiênico-sanitárias e composição mineral de sururu (Mytella falcata) comercializado em feiras livres de Alagoas
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Data
2022-07-29
Autores
Currículo Lattes
http://lattes.cnpq.br/2919075086437173
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Editor
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Alagoas
Resumo
O sururu (Mytella falcata) é o principal recurso pesqueiro do Complexo Estuarino-Lagunar
Mundaú-Manguaba (CELMM), sendo produto fundamental para a geração de renda para
dezenas de milhares de famílias que vivem no entorno das lagunas. Além da sua propensão
natural a acumular contaminantes presentes no meio aquático, como metais tóxicos, a
manipulação do sururu é inadequada, desde as etapas subsequentes à sua coleta até a sua
disposição nos locais de comercialização. Com o presente trabalho, teve-se como objetivo
realizar um diagnóstico das boas práticas de manipulação (BPM), das condições higiênico-
sanitárias e da composição mineral do sururu em feiras livres dos municípios banhados pelas
lagunas que compõem o CELMM. Para tanto, preparou-se e aplicou-se uma checklist a fim de
orientar a observação das condições higiênicas das instalações, equipamentos e utensílios
utilizados, manipulação e forma de exposição do produto, vestuário e utilização de
equipamentos de proteção individual, destinação de resíduos, dentre outros, nas feiras de
Maceió (Tabuleiro), Marechal Deodoro, Pilar, Satuba e Rio Largo. Para a investigação dos
minerais, foram adquiridas amostras de todos os pontos de venda encontrados nas feiras dos
municípios supracitados. Após procedimentos para obtenção dos extratos por digestão ácida,
foram analisadas as concentrações de ferro (Fe), cobre (Cu), manganês (Mn) e zinco (Zn),
utilizando a técnica de espectrofotometria de absorção atômica, e de chumbo (Pb), seguindo o
protocolo correspondente do Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater
(SMEWW). Através da checklist proposta e aplicada, foi possível classificar as condições
higiênico-sanitárias em todas as feiras visitadas como insatisfatórias. Apesar disso, é válido
destacar que as maiores porcentagens de adequações foram observadas na feira de Rio Largo,
onde a cessão do espaço para comercialização foi condicionada à participação em curso de
capacitação em BPM de alimentos ofertado pelo município. A pesquisa envolveu, ainda, a
aplicação de questionário para caracterização socioeconômica dos feirantes. Constatou-se a
predominância de feirantes do sexo feminino, com baixa escolaridade, a venda de sururu e/ou
outros pescados como única fonte de renda, alcançando com esta renda valor próximo a um salário mínimo. Quanto à composição de microminerais, as maiores concentrações em todas as
amostras foram de ferro, superando em mais de quinze vezes os valores detectados de cobre,
manganês e zinco. Já em relação ao metal tóxico chumbo, as amostras estiveram dentro do
limite permitido em moluscos bivalves. Os resultados obtidos com este trabalho confirmam a
importância do sururu, enquanto meio de vida, para inúmeras famílias que o comercializam em
feiras livres e reforçam a necessidade de um esforço conjunto, dos feirantes e dos responsáveis
pela gestão desses espaços, para proporcionar à população dessas localidades um ambiente
propício à comercialização segura de alimentos. Além disso, faz-se necessário que as
autoridades competentes investiguem continuamente os níveis de elementos-traço de alta
toxicidade no CELMM, para que os benefícios do consumo de sururu pela população não sejam
contrapostos pelo risco de contaminação.
Descrição
Palavras-chave
Bioindicadores, Chumbo, Metal tóxico, Moluscos bivalves, Pescados, Bioindicators, Bivalve molluscs, Fish, Toxic metal, Lead