Projeções escalares da transfobia em interações digitais: o caso do deputado Nikolas Ferreira no YouTube

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Data

2024

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Resumo

Dentre as normas sociais nas quais precisamos nos inserir para que sejamos reconhecidos enquanto sujeitos, podemos destacar a cisheteronorma, que é responsável pela exclusão de corpos que não se enquadram ao sexo designado pelo discurso médico-científico (Vergueiro, 2016), isto é, os sujeitos que são dissidentes dessa norma são vítimas de uma série de violências (Silva, 2019). A exemplo disso, podemos citar o episódio em que, no Dia Internacional da Mulher, o Deputado Federal Nikolas Ferreira (PL) pôs uma peruca e satirizou a existência de mulheres trans, o que gerou discussões dentro e fora do ambiente virtual. Desse modo, o presente trabalho tem por objetivo analisar a projeção da cisheteronorma em práticas de comentários na plataforma YouTube , em resposta ao discurso do parlamentar. Para tanto, realizamos uma “etnografia de escala” online (Carr; Lampert, 2016), considerando que essa metodologia abrange a análise do modo como os usuários se posicionam em redes sociais. No tocante ao aporte teórico, foram mobilizadas teorias relativas à linguagem como performance (Butler, 2015), à cisheteronorma (Rosa, 2020), marginalização de corpos trans (Silva, 2019), atos de fala (Austin [1962] 1990) e suas contribuições para a manutenção da opressão e crescimento alarmante de dados de violências cometidas contra pessoas trans no Brasil. Os comentários analisados possibilitaram uma interpretação da violência transfóbica através da linguagem e como ela desempenha um papel significativo, capaz de reproduzir desigualdades e perpetuar estigmas. Assim, diante dos dados analisados, este trabalho nos mostra a forma como a violência contra pessoas trans ocorre em plataformas digitais.

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Palavras-chave

Cisheteronorma, Escala, Nikolas Ferreira, Transfeminismo, Parlamento

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