PROGRAMA MULHERES MIL: HISTÓRIA DE VIDA COMO POSSIBILIDADE DE AVALIAÇÃO DE IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
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Data
2024
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Resumo
A presente pesquisa propõe uma reflexão sobre as políticas públicas e programas
governamentais voltados para mulheres no Brasil, utilizando como recorte o Programa
Mulheres Mil no período de 2005 a 2019 e seus desdobramentos no Instituto Federal de
Alagoas. Sendo o Programa Mulheres Mil uma política pública de combate às desigualdades
de gênero, redução da pobreza, elevação da escolaridade e diminuição da violência contra a
mulher o desenho deste estudo está organizado para responder ao seguinte questionamento: o
Programa Mulheres Mil contempla em sua formulação compromissos com a inserção
produtiva e com o enfrentamento à desigualdade de gênero, contribuindo, dessa forma, para o
pleno exercício da cidadania das mulheres atendidas? Para tanto, identificou-se de forma
sistemática e analítica as formulações de políticas públicas para mulheres, os avanços e
desafios dos Planos Nacionais de Políticas para Mulheres, a proposta do Programa Mulheres
Mil enquanto política social de inclusão e de gênero e a percepção das egressas a partir da
formação profissional e estímulo à educação formal nos cursos ofertados. Diante do objeto de
estudo, a pesquisa centrou-se em uma abordagem qualitativa tendo como método a história
oral. Foram analisadas as histórias de vida de dez egressas que foram beneficiárias do
Programa Mulheres Mil no Instituto Federal de Alagoas. A coleta de dados se deu entre
Outubro de 2022 e Janeiro de 2023 em encontros presenciais para o registro de suas histórias
de vida. As narrativas foram categorizadas em torno de três eixos: perfil socioeconômico das
mulheres entrevistadas, a elevação da escolaridade das egressas após a participação do
Programa e a inserção das mulheres no mercado formal de trabalho de acordo com a formação
profissional recebida. As narrativas revelam que as egressas estão na faixa etária entre 29 e 61
anos, 70% são casadas e têm entre 01 a 06 filhos. A maioria (60%) possui o Ensino Médio
completo, no entanto apenas 10% deu prosseguimento aos estudos após a participação no
Programa. A análise sobre a renda das egressas demonstra que 50% exercem algum tipo de
atividade remunerada. Percebeu-se ainda que as beneficiárias conseguiram colocar em prática
os conhecimentos adquiridos nos cursos, mas não foram inseridas no mercado de trabalho
formal. As histórias de vida das mulheres entrevistadas revelaram que a participação do
Programa tiveram efeitos positivos em relação ao resgate da autoestima, descoberta de seus
direitos e a vivência com uma educação cidadã. Quanto à elevação da escolaridade foi
constatado que uma parcela significativa (90%) das egressas não conseguiu retomar os
estudos. Os resultados demonstram a importância de fomentar o debate sobre os desafios na
formulação e implementação de políticas públicas para mulheres.
Descrição
Palavras-chave
Políticas públicas, Mulheres, Qualificação profissional, Programa Mulheres Mil