Condições higiênico-sanitárias do sururu comercializado em feiras livres nas Cidades do entorno das Lagunas Mundaú e Manguaba, Alagoas - Brasil
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Data
2022-07-29
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Editor
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Alagoas
Resumo
O sururu (Mytella falcata) é
um molusco de grande importância
para Alagoas. Extraído do Complexo
E s t u a r i n o - L a g u n a r M u n d a ú -
Manguaba (CELMM), mai s
especificamente das lagunas
que o nomeiam, o sururu é
essencial para a subsistência e
geração de renda para dezenas de
milhares de famílias que vivem no
entorno desse ecossistema (PALMEIRA et al.,
2016), localizado na porção centro sul do litoral alagoano (SILVA e
FERREIRA, 2018). Aliado à relevância socioeconômica, o protagonismo do
molusco em diversos aspectos da cultura local contribuiu para o seu
reconhecimento como patrimônio imaterial do estado (BEZERRA e SILVA-
NETO, 2014). Assim como acontece com outros recursos pesqueiros oriundos do
CELMM, a comercialização do sururu ocorre, principalmente, nas feiras
livres dos municípios que o margeiam. Associadas às várias opções de
preparo e à fácil aceitação pelos mais variados paladares, as indicações do
molusco como fonte de macronutrientes, vitaminas e minerais reforçam,
cada vez mais, os motivos para incluí-lo no cardápio de alagoanos e turistas
(BEZERRA e SILVA-NETO, 2014; SANTOS et al., 2014; CORREIA et al., 2018). Embora a inclusão do sururu na dieta apresente inúmeras
vantagens, alguns fatores devem ser considerados para que o alimento seja
consumido com segurança. Moluscos bivalves como o sururu têm como
característica a alimentação baseada na filtração de partículas suspensas
no meio aquático (BRUSCA e BRUSCA, 2007), tornando-os suscetíveis à
incorporação de contaminantes, tanto pelo que é ingerido quanto pela
porção solúvel na água (RAINBOW, 2002). Essa condição demanda atenção
especial, considerando a vulnerabilidade do CELMM a ações antrópicas negativas, como o lançamento de esgotos sanitários e efluentes industriais
não tratados, bem como fertilizantes e agroquímicos utilizados na
agricultura da cana-de-açúcar, e disposição inadequada de resíduos
domiciliares (CORREIA e FRAGOSO JR., 2011; WANDERLEY et al., 2020). Todavia, não são apenas as condições do ambiente de pesca que
determinam a qualidade higiênico-sanitária do produto que é posto à venda.
A forma como o sururu é manipulado durante as etapas subsequentes a
sua coleta, tais como cozimento, desconchamento, pesagem e embalagem
(FREIRE, SILVA e SOUZA, 2011; SANTOS et al., 2014), bem como a maneira na
qual o produto final é disposto nos locais de comercialização, são
igualmente relevantes para garantir a segurança do alimento, considerando
a sua propensão à proliferação de microrganismos patogênicos, como vírus
e bactérias (CROVATO et al., 2017). Diante do contexto exposto, a partir do trabalho desenvolvido pelos
pesquisadores vinculados ao Programa de Pós-Graduação em Tecnologias
Ambientais do Instituto Federal de Alagoas, realizou-se um diagnóstico das
condições higiênico-sanitárias sob as quais o sururu é comercializado nas
feiras livres dos municípios banhados pelas lagunas Mundaú e Manguaba,
tendo como instrumento norteador a Resolução da Diretoria Colegiada
(RDC) no 216, de 15 de setembro de 2004, da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), que dispõe sobre Regulamento Técnico de Boas Práticas
para Serviços de Alimentação (BRASIL, 2004). Todos os resultados podem
ser consultados, de forma detalhada, na dissertação de mestrado que deu
origem aos dados aqui apresentados (LUCENA, 2022). No entanto, com o
intuito de auxiliar o poder público a planejar o reordenamento das feiras em
questão, apresentam-se, resumidamente, no presente documento,
algumas sugestões que podem nortear as adequações necessárias.
Descrição
Palavras-chave
Sururu (Mytella falcata), Condições higiênico-sanitárias, Feirantes, Mercados Públicos, Moluscos Bivalves, Pescados