Sexualidade outras: colonialidade de gênero e de sexualidade em enunciados da extrema-direita brasileira
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Data
2024
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Resumo
Situado no campo da Linguística Aplicada Indisciplinar (Moita Lopes, 2006), o presente artigo tem o objetivo de analisar três enunciados proferidos por figuras públicas da extrema-direita brasileira divulgados nos meios jornalísticos, e mostrar como eles relacionam sexualidades distintas da heterossexual à patologia, à anormalidade e ao desvio da natureza humana. Para tanto, em termos metodológicos, realizei uma revisão bibliográfica acerca da crítica decolonial (Mignolo, 2021; Quijano, 1999), apoiando-me especialmente nas questões de sexualidades e de gêneros, remontando a noção de Colonialidade de Gênero (Lugones, 2014); quanto uma análise dos três enunciados (Bakhtin, 2016) proferidos por agentes políticos da extrema-direita brasileira, colhidos das páginas de jornalismo digital, a saber: Revista Fórum, Metrópoles e O Dia, em publicações realizadas no ano de 2022. O trabalho de revisão bibliográfica e a análise dos enunciados permitiram-me argumentar sobre a dimensão constitutiva de ideologias coloniais sobre gêneros e sexualidades no discurso da extrema-direita brasileira, as quais retomam as lógicas de classificação e hierarquização de sexualidades outras que não aquelas validadas pela matriz subjetiva moderno-colonial. De modo geral, são mobilizados sentidos que produzem a patologização de modos de vida em conflito com a normatividade cisheterossexual, tomando-os como uma espécie de desvio da natureza humana, essa encarada como essencial, estável, binária e pré-discursiva.
Descrição
Palavras-chave
estudos decoloniais, colonialidade de gênero, discurso da extrema-direita, sexualidades outras.