Navegando por Autor "Silva, Jucielle Pereira da"
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Item “Precisamos educar nossas meninas sobre essa ideia": processos indexicais e repertórios feministas interações online o tráfico internacional de mulheres(INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS - Ifal, 2025-03-27) Silva, Jucielle Pereira da; Silva, Danillo da Conceição Pereira; https://orcid.org/0000-0002-5879-5999; http://lattes.cnpq.br/6370328770730957; Silva , Danillo da Conceição Pereira; https://orcid.org/0000-0002-5879-5999; http://lattes.cnpq.br/6370328770730957; Santos, Letícia Rocha; Santos, Erinaldo Silva; http://lattes.cnpq.br/7428490483642315Situado no campo da Linguística Aplicada Indisciplinar (Moita Lopes, 2006), o objetivo geral deste trabalho é interpretar criticamente os processos discursivos mobilizados em comentários de mulheres sobre o tráfico internacional de mulheres, a partir do canal “Sobrevivendo na Turquia”, na rede social YouTube. Desse objetivo geral provem dois específicos: i) identificar e classificar os processos indexicais em jogo nos comentários analisados; e ii) mapear os repertórios discursivos mobilizados nos comentários e o modo como eles apontam para valores, crenças e normas sociais mais amplas, a exemplo das de gênero. Em termos teóricos, o trabalho se ampara em concepções performativas e indexicais de linguagem (Austin, 1990; Silverstein, 2003; Blommaert, 2010) e de gênero (Butler, 2018), em estudos interseccionais sobre trabalho sexual e tráfico internacional de pessoas (Piscitelli, 2016; Biroli, 2018; Souza; Soares, 2018), bem como em estudos sobre o movimento feminista e sua vertente digital (Ferreira, 2015; Alvarez, 2014). Do ponto de vista metodológico, a geração de dados foi realizada a partir de uma etnografia digital, de caráter não-participante, empreendida entre setembro de 2024 e março de 2025, no canal em questão. A interpretação crítica dos dados etnográficos gerados na pesquisa permitiu identificar a emergência de diferentes repertórios feministas nas interações sobre tráfico internacional de mulheres, são eles: i) contestação do modelo patriarcal e reprodutivo imposto às mulheres; ii) produção interseccional da vulnerabilidade baseada em gênero; e iii) sororidade e ação coletiva de mulheres em situações de violência e exploração. Em linhas gerais, a pesquisa realizada aponta para a articulação entre práticas situadas de interação e processos sociais mais amplos, sublinhando a construção processual de uma perspectiva crítica sobre a violência de gênero pautada por diferentes repertórios feministas. Ademais, os ambientes digitais de interação investigados são destacados como espaços de sociabilidade feminista, apropriados com vistas à ampliação dos repertórios críticos das participantes sobre a violência de gênero, suas origens e potenciais modos de enfrentamento.