Dissertação Mestrado Profissional em Tecnologias Ambientais
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Item Cactáceas medicinais brasileiras: diversidade ecológica, usos e potencial farmacológico(2023-01-27) Silva, Karine Gabriela Santos; Melo, Joabe Gomes de; http://lattes.cnpq.br/5180399418500159; Santos, Josiene Maria Falcão Fraga dos; Oliveira, Tiago Bento de; http://lattes.cnpq.br/4362217919311737; Cavalcanti, Deyvson Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/1705433658794154A família Cactaceae possui grande diversidade de espécies. No Brasil possui ocorrência de 81 gêneros e 483 espécies, no qual 15 gêneros e 206 espécies são endêmicos, sendo 37 gêneros e 275 espécies nativas do país. Os cactos possuem diversos usos e aplicações em diferentes culturas em todo o mundo, sendo utilizados como recurso alimentar humano, ornamental, forrageira, madeireira, lúdico, místico, medicinal, dentre outros; sendo amplamente utilizados pelo homem na medicina popular em todo o mundo. Contudo, nenhum estudoespecífico para a família Cactaceae englobando as espécies utilizadas para fins medicinais em todo o Brasil tinha ainda sido realizado, havendo então uma lacuna. Quais são as espécies da família cactaceae que são utilizadas medicinalmente pela população brasileira? Quais propriedades elas possuem? Considerando a importância de se conhecer a diversidade de plantas com finalidades terapêuticas, seus usos e as potencialidades das espécies de Cactaceae, este estudo visa realizar um levantamento a fim de responder à essas problemáticas, trazendo um contexto histórico-cultural quanto ao uso da família para finalidades medicinais no Brasil. Sendo assim, foi realizada a pesquisa através de uma revisão da literatura, seguida de diversas análises de dados. Foram reconhecidas 34 espécies de Cactaceae que são utilizadas medicinalmente no Brasil, com maior frequência as espécies: Cereus jamacaru, Opuntia ficus-indica, Melocactus zehntneri, Xiquexique gounellei e Harrisia adscendens; a primeira correspondendo à 52,9% dos trabalhos totais analisados neste estudo. As indicações terapêuticas mais comuns para os cactos no Brasil foram: “problemas nos rins”, “tosse”, “gripe”, “febre”, “inflamação” e “bronquite”. Duas espécies demonstraram elevado índice de importância relativa (IR): Cereus jamacaru - IR 2,0, que foi também a espécie mais versátil, seguida por Opuntia ficus-indica - IR 1,132. Os compostos fitoquímicos e ações farmacológicas das espécies foram caracterizados em outro levantamento realizado. Identificou-se uma variedade de espécies de cactáceas medicinais que são conhecidas e utilizadas em todo o país, relacionadas ao tratamento de diversos problemas de saúde nos diferentes sistemas corporais. Estudos como esse ajudam a resguardar os conhecimentos tradicionais propiciando a conservação da biodiversidade florística.Item Desenvolvimento da carcinicultura marinha familiar no agreste de alagoas : avanços e desafios para uma produção sustentável(2023-01-23) Lemos, Fernanda Gomes; Bordinhon, André Moreira; http://lattes.cnpq.br/0982411313292542; Araujo, Daniel de Magalhães; http://lattes.cnpq.br/5837261784524743; Tamano, Luana Tieko Omena; http://lattes.cnpq.br/4206868438935017; Pontes, Cibele Soares; http://lattes.cnpq.br/3943018673158703No Brasil, por muitos anos, a produção de camarão marinho esteve associada a regiões estuarinas, de apicum e manguezais. No entanto, os últimos anos dez anos, foi marcado por uma acentuada expansão para as regiões interioranas, a atividade conhecida como carcinicultura continental. No estado de Alagoas, Nordeste do Brasil, a região do Agreste conta com os mais novos pólos brasileiros de produção do camarão Litopenaeus vannamei em águas continentais que são: Arapiraca, Craíbas, Coité do Nóia, Feira Grande, Girau do Ponciano, Igaci, Lagoa da Canoa, Limoeiro de Anadia, Olho D’Água Grande e Taquarana. Para estes municípios, a atividade surgiu como alternativa para geração de emprego e renda aos agricultores que sofreram e ainda sofrem com o declínio da produção agrícola devido a inutilização das terras, pela sanilização ao longo dos anos das águas de rios, riachos e poços artesianos. Por ser relativamente recente na região, poucos são os registros acerca de sua implantação. Diante disso, teve-se por objetivo caracterizar a carcinicultura no Agreste alagoano a partir da investigação de seus participantes e seus modos de produção. Para tal, foram entrevistados 40 carcinicultores familiares por meio de um questionário semiestruturado. Ademais, foram realizadas observações livres e coletados os relatos informais durante os anos de 2020 a 2022. Constatou-se que a carcinicultura local teve início há pouco mais de três anos, e somente em 2018 ganhou caráter comercial tendo apresentado rendimento anual de até R$ 300.000,00. A atividade nos referidos municípios alagoanos tem sido feita com auxílio de consultoria técnica e com padrão de construção de viveiros de outros pólos produtivos, similar aos sistemas implatados no estado da Paraíba. Os produtores rurais, com o auxílio de profissionais e do conhecimento adiquirido ao longo do tempo, adaptaram-se a nova atividade produtiva, quando comparado à metodologia implantada no Agreste de Alagoas com outras regiões, é possível identicar peculiaridades quanto as características produtivas peculiares dos envolvidos e o ambiente de trabalho. Algumas aspectos da carcicultura do Agreste também chamam a atenção, a exemplo das variações de densidades de estocagem observadas em diferentes polos. Algo comum em todos os polos é a diminuição da densidade de estocagem em períodos chuvosos, alta pluviosidade que acarretaram em diminuição da temperatura da água, o que pode contribuir para a proliferação de patégeno do ambiente de cultivo. A análise dos questinários mostrou que agricultor familiar homens representam 82,5% do total de produtres do Agreste, enquanto as mulheres correspondem apenas a 17,5 %. Ambos os sexos trabalham na atividade, em média, 8h diárias. O tamanho das propriedades avaliadas varia entre 1 a 50 hectares, e os viveiros nelas construídos possuem entre 1000 m2 e 4000 m2, apresentando produção média de 500 kg a 4500 kg mensais por propriedade. O custo médio por quilograma de camarão produzido variou entre R$ 12,51 e R$ 13,64, sendo influenciado pela época do ano. Evidenciou-se que os pólos com maior relevância produtiva são: Arapiraca, Coité do Nóia, Igaci e Limoeiro de Anadia. Entre os entrevistados poucos (17,5%) são os que têm a carcinicultura como sua principal fonte de renda, em sua maioria, os carcinicultores familiares diversificam a produção agropecuária para conseguirem renda suficiente para subsistência. A partir das entrevistas, foi possível identificar que mais de 80% dos proprietários receberam assistência técnica no em 2021. Por se tratar de uma atividade relativamente nova, ainda não se sabe ao certo quais impactos ou danos ambientais podem ser causados a longo prazo pela atividade nesta região. Neste sentido, a maioria dos carcicicultores (40%) afirma nunca terem sido visitados por órgãos fiscalizadores ambientais. Apesar disso, todos os entrevistados estão cientes da importância do licenciamento ambiental e afirmam ser esta uma etapa significativa para a produção de camarão. Com relação ao descarte de efluentes, a maior parte (55%) dos carcinicultores realizam o tratamento da água antes do descarte nos corpos hídrico. Contudo, a maior parte dos produtores (80%) não consideram a água gerada a partir dos viveiros prejudicial ao meio ambiente. De fato, a assistência técnica foi um dos fatores primordiais para a consolidação e sucesso da atividade produtiva na região. Os dados coletado com os entrevistados foram comparados com os dados coletados junto às secretarias muncipais de Agricultura, Meio Ambiente e Instituto de Meio Ambiente do estado, e dessa forma foi possível perceber que os órgãos ambientais e governamentais vinculados à atividade de carcinicultura ainda não possuem, em sua maioria, informações limitadas o que pode repercutir,diretamente, de forma negativa, no desenvolvimento de políticas públicas direcionadas à Carcinicultura marinha. Além disso, é possível constatar a existência de barreiras quanto ao fortalecimento da atividade, sendo as questões vinculadas ao licenciamento ambiental as de maior relevância, entre elas: dificuldades em encontrar profissionais capacitados para realização dos serviços, os altos valores cobrados e a morosidade dos órgãos licenciadores.