Navegando por Autor "Alves, Vitor Gabriel Caetano"
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Item Ideologias linguísticas coloniais em circulação no facebook: controvérsias sobre “crianças portuguesas que só falam brasileiro”(Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Alagoas, 2023-11-30) Alves, Vitor Gabriel Caetano; Silva, Danillo da Conceição Pereira; http://lattes.cnpq.br/6370328770730957; Santos, Isabela Marília Santana; http://lattes.cnpq.br/8477854542115319; Fonseca, Lucas Menezes; http://lattes.cnpq.br/2626265166189983A partir de contribuições advindas da Antropologia Linguística e da Linguística Aplicada contemporânea, o presente trabalho tem como objetivo interpretar criticamente as ideologias linguísticas (Gal, 2019, 2023; Irvine; Gal, 2000; Pinto, 2013, 2018; Moita-Lopes, 2013) mobilizadas nas controvérsias públicas online em torno da matéria jornalística “Há crianças portuguesas que só falam ‘brasileiro’”, publicada pelo jornal português Diário de Notícias, em novembro 2021. Para tanto, realizamos uma etnografia digital (Blommaert, 2010; Pinto et al., 2022) de caráter não-participante, praticada entre junho e novembro de 2023, na página do veículo na rede social Facebook. Os dados produzidos no trabalho etnográfico foram analisados a partir da noção de “pistas indexicais”, proposta por Wortham (2001), a fim de explorar o nexo pragmática-metapragmática, ou seja, a ligação semiótica entre o uso de determinados itens linguísticos em contexto e processos sociais, culturais e ideológicos mais amplos. Em linhas gerais, o trabalho de análise nos permitiu concluir a intensa circulação de ideologias linguísticas, ou seja, crenças, racionalizações e afetos sobre as línguas e seus usos, que projetam hierarquias raciais de base colonial, ao que chamamos de “ideologias linguísticas coloniais”. Essas ideologias, dentre outras coisas, produzem efeitos de apagamento, inferiorização e pejoração de línguas, culturas e identidades dos povos brasileiros em função de uma superioridade lusitana, evocando discursos difusos sobre a violência colonial. Ademais, esta pesquisa se soma a esforços crescentes, em diferentes áreas do conhecimento, a fim de reconhecer a dimensão constitutiva das plataforma digitais de redes sociais na produção de subjetividades políticas e de disputas ideológicas de gênero, de raça e de sexualidade (Blommaert, 2020; Maly, 2023; Silva, 2019a; 2019b; 2020a; 2020b), a exemplo do que evidenciam as complexas lógicas da violência online/offline e as hierarquias sociolinguísticas que elas projetam (Borba; Silva, 2020; Pinto et al., 2022).